Após dois anos de adiamento, em razão da pandemia de Covid-19, no último dia 10 de novembro/2022 aconteceu a abertura da instalação sensorial Entre os Cheiros da História no Pátio dos Canhões no Museu Histórico Nacional.
Fotos da abertura por Tania Sarquis.
Convite feito por Tatadesign.
A abertura contou com falas da artista Josely Carvalho e do professor Paulo Knauss, ex-diretor do MHN. Em seguida, os visitantes puderam experimentar os 15 cheiros disponíveis em 20 canhões selecionados. Cada canhão é acompanhado de uma legenda com um QR Code em que se pode ouvir ou ler a história do canhão e a descrição do cheiro que abriga. Todo o conteúdo pode ser acessado no site. Clique aqui e navegue no mapa.
Já no sábado seguinte, dia 12 de novembro, aconteceu a primeira Caminhada Olfativa agendada para o período expositivo. A próxima acontecerá no dia 28 de janeiro de 2023 com a presença da artista. A exposição ficará em cartaz até dia 29 de janeiro de 2023.
Crayons olfativos com os cheiros de Anoxia, Poeira, Lacrimae e Abricó de Macaco produzidos pela empresa Ananse, foram distribuídos para os visitantes.
Todos os cheiros foram desenvolvidos com o apoio da Givaudan do Brasil e produzidos em parceria com o perfumista Leandro Petit. A exposição também contou com o apoio da Granado.
Matéria do dia 16 de novembro no jornal Correio de Manhã.
Visitantes experimentando os cheiros nos canhões Fotos por: Nina Bruno Malta, Tania Sarquis e Josely Carvalho.
A seguir texto do professor Paulo Knauss:
Instalação artística de Josely Carvalho
Paulo Knauss (Professor do Departamento de História da UFF/ ex diretor do Museu Histórico Nacional)
Canhões fazem parte do mundo das armas que contam histórias de guerras. A coleção de canhões do Museu Histórico Nacional sintetiza a história militar do Brasil, desde o período colonial até a Primeira Guerra Mundial. Assim, define um modo de interpretar a construção da sociedade brasileira.
A instalação Entre os Cheiros da História é uma criação da artista contemporânea Josely Carvalho que apresenta canhões como objetos da história pela experiência sensorial do olfato. Para a artista, os cheiros guardam “a memória de uma vivência”, estabelecendo um diálogo entre passado e presente. Propõe, portanto, um modo diferente de abordar a história pelo sabor do ar. A exposição de cheiros trata a respiração como um ato de pensamento crítico ao alcance de qualquer pessoa. A obra artística de Josely Carvalho é conhecida por debater a condição feminina. Seu interesse pelos canhões tem justamente a intenção de colocar em questão as leituras da história dominadas pelo ponto de vista masculino. Os canhões de época de fina escultura e rica metalurgia são monumentos que celebram os feitos militares de homens guerreiros, mas ofuscam a lembrança da violência e do que ocorre com mulheres e crianças na guerra. Ao explorar o olfato, a artista transforma a boca do canhão em túnel do tempo. A arte de cheirar conduz, então, a histórias sensíveis do Brasil.
Vamos experimentar os cheiros da História???
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