JOSELY CARVALHO
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Dados Históricos: canhão 45 - nº SIGA 015493
A caronada n°45 teria supostamente equipado o Forte de São Clemente da Piaçava que se encontrava na atual rua São Clemente, bairro de Botafogo, Rio de Janeiro. Destinava-se a defender o acesso do chamado Caminho Velho que unia as terras do antigo Engenho Real na lagoa Sacopenapã, atual Lagoa Rodrigo de Freitas às terras da Fazenda José Pereira Botafogo, quem posteriormente deu nome ao bairro. Sua construção aconteceu entre 1767-1769. Contudo, em 1831, por meio de um decreto foi desarmado e desativado. O forte situava-se ao pé do Morro da Piaçava às antigas margens da lagoa, hoje muito aterrada e poluída.
Em 2016, quando a cidade do Rio de Janeiro foi eleita para sediar os Jogos Olímpicos, uma série de medidas ambientais foram estipuladas com o objetivo de ser o maior legado que os Jogos deixariam para a cidade. Uma delas seria drenagem de matéria orgânica do fundo da Lagoa que recebe escoamento de esgoto sem tratamento adequado. Esse procedimento foi impedido por suspeita de cartel e paralisado depois de muitos questionamentos do Ministério Público. Até hoje essa pauta não voltou à discussão. Inclusive, antes do início das Olimpíadas 13 remadores norte-americanos apresentaram sintomas de intoxicação com grande probabilidade de ter sido pela contaminação das águas da Lagoa Rodrigo de Freitas, localizada em um dos bairros de elite da cidade do Rio de Janeiro.
Curiosidade: A caronada é um tipo de artilharia projetada para disparar balas rasas e não metralha. Seu nome provém da fundição de Carron, na Escócia. Na Inglaterra esse tipo de caronada era usada no convés principal de escunas pequenas e barcos menores.
Fragrância: Oceano PB00014KK
Esse cheiro não é a replica da brisa do oceano, mas a contextualização da vida dos marinheiros em suas travessias por meses à deriva. O acorde traz de forma ríspida o cheiro de ozônio e salgado do oceano.
A matéria-prima em destaque é a Laminaria Seaweed, uma alga da região da Bretanha, na França, com um odor natural salgado e nuances de couro e musgos. Nesta representação temos uma overdose do ingrediente para causar a intensidade marcante e disruptiva da composição.
O oceano que na época da colonização era fresco e límpido, hoje carrega notas animálicas, crisílicas e fétidas. Civet foi incorporado no acorde lembrando os poluentes que contaminam as águas das lagoas, rios e mares nos dias
de hoje.