JOSELY CARVALHO
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Dados históricos: canhão 18 - nº SIGA 15902
O morteiro n°18 foi fabricado emergencialmente em Juiz de Fora, Minas Gerais para ser empregado na Revolução ou Golpe de 1930, um movimento armado liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. Até então, havia um monopólio entre os partidos republicanos dos estados de Minas Gerais e São Paulo que revezavam os mandatos de presidência. Foi um período conhecido como Política do Café com Leite, que terminou com as tropas revolucionárias tomando o poder no Rio de Janeiro, capital do país na época. A revolta culminou com um golpe de Estado que depôs o então presidente da República Washington Luís e impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes pondo fim ao período da República Velha no Brasil.
O movimento foi liderado por Getúlio Vargas, figura ambígua que mesmo mantendo o país durante 15 anos sob regime autoritário e ditatorial, criou políticas trabalhistas que caracterizam um governo populista. À exemplo disso, em fevereiro de 1932 foi garantido o voto feminino pelo primeiro Código Eleitoral Brasileiro, porém ainda com algumas restrições. Em 1934, as restrições foram reduzidas e neste ano, foi eleita a médica e pedagoga, Carlota Pereira de Queiroz, a primeira deputada federal brasileira.
No entanto, os avanços da atuação feminina na política foram tímidos desde então. Somente em 2011, o Brasil elegeu a primeira presidente mulher, Dilma Rousseff (2011-2016), porém deposta por impeachment. Muitos defendem que este processo de destituição do cargo da presidente em exercício foi manipulado, ou seja, uma manobra política. Hoje, em 2022 as mulheres ocupam apenas 17,7% das vagas na Câmara dos Deputados e 17,28% no Senado Federal, o que exemplifica a misoginia e falta de representatividade de gênero nos cargos governamentais.
Curiosidades:
- O morteiro é uma boca de fogo na qual se carrega os projéteis pela parte anterior do tubo (anti-carga), destinada a lançar granadas em tiro curvo de curto alcance.
- A Política do Café com Leite ganhou esse nome curioso porque na época São Paulo era o maior produtor de café do Brasil e Minas Gerais era (e ainda é) o maior produtor de leite e seus derivados.
fragrância: Abricó de Macaco/
Bola de Canhão PBX00014NN
Abricó de Macaco (Couroupita guianensis) é uma árvore tropical, alta, de madeira macia, da família Lecythidaceae, nativa do nordeste da América do Sul. Ela existe também há pelo menos 3.000 anos em diferentes regiões do mundo como em templos de Shiva na Índia e também nos templos budistas no Sri Lanka e na Tailândia. Os hindus a consideram uma árvore divina porque as pétalas das flores se assemelham ao capuz da 'Naja', uma cobra sagrada.
A árvore Abricó de Macaco cresce até 35 metros de altura e é notável por suas flores grandes e sensuais e seus grandes frutos esféricos e amadeirados que se assemelham a uma bola de canhão enferrujada. Quando cai, se abre no chão produzindo um ruído pesado e explosivo e exalando um cheiro pungente
e fétido. Os animais que se alimentam da polpa espalham as sementes pelas fezes e o ciclo
da vida continua.
Para produzir o cheiro sinteticamente, foi necessário extraí-lo diretamente do fruto porque este ainda não tinha sido arquivado. Foi levado um fruto do Rio de Janeiro ao laboratório da Givaudan em São Paulo e usado o Scent Trek, tecnologia exclusiva desenvolvida por eles. Um método que possibilita acessar aromas da natureza sem causar nenhum dano ao ambiente.
Pensei esse cheiro, combinação da fragrância doce da flor Abricó de Macaco com o odor fedorento do fruto Bola de Canhão como representação do momento violento de polarização sócio-política presente no Brasil